E S P E C I A L NÚMERO QUATRO #4
O REVANCHISTA COMEÇARAM A CAÇA
O REVANCHISTA COMEÇARAM A CAÇA
ESTÁ MATÉRIA FOI PUBLICADA EM WWW.HISTORIA.COM.BR
A lista dos acusados de tortura
Dos papéis de Luiz Carlos Prestes consta um relatório do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil, de 1976. O documento traz uma lista de 233 torturadores feita por presos políticos em 1975
Alice Melo e Vivi Fernandes de Lima
- O acervo pessoal de Luiz Carlos Prestes, que será doado por sua viúva, Maria Prestes, ao Arquivo Nacional, traz entre cartas trocadas com os filhos e a esposa, fotografias e documentos que mostram diferentes momentos da história política do Brasil. Entre eles, o “Relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, datado de fevereiro de 1976.Neste período Prestes vivia exilado na União Soviética e, como o documento não revela quem são os membros deste Comitê, não se pode afirmar que o líder comunista tenha participado da elaboração do relatório. De qualquer forma, é curioso encontrá-lo entre seus papéis pessoais.O documento é dividido em seis capítulos, entre eles estão “Mais desaparecidos”, “Novamente a farsa dos suicídios”, “O braço clandestino da repressão” e “Identificação dos torturadores”, que traz uma lista de 233 militares e policiais acusados de cometer tortura durante a ditadura militar. Esta lista foi elaborada em 1975, por 35 presos políticos que cumpriam pena no Presídio da Justiça Militar Federal. Na ocasião, o documento foi enviado ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Caio Mário da Silva Pereira, mas só foi noticiado pela primeira vez em junho de 1978, no semanário alternativo “Em Tempo”. Segundo o periódico, “na época em que foi escrito, o documento não teve grandes repercussões, apenas alguns jornais resumiram a descrição dos métodos de tortura”. O Major de Infantaria do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra é o primeiro da lista de torturadores, segundo o relatório. A Revista de História tentou ouvi-lo, mas segundo sua esposa, Joseita Ustra, ele foi orientado pelo advogado a não dar entrevista. “Tudo que ele tinha pra dizer está no livro dele”, diz ela, referindo-se à publicação “A verdade sufocada: a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça” (Editora Ser, 2010).A repercussão da lista em 1978A Revista de Históriaconversou com um jornalista que integrava a equipe do “Em Tempo”. Segundo a fonte – que prefere não ser identificada – a redação tinha um documento datilografado por presos políticos. Era uma “xerox” muito ruim do texto, reproduzido em uma página A4. Buscando obter mais informações sobre o documento, os jornalistas chegaram ao livro “Presos políticos brasileiros: acerca da repressão fascista no Brasil” (Edições Maria Da Fonte, 1976, Portugal). Depois desta lista, o “Em Tempo” publicou mais duas relações de militares acusados de cometerem tortura.Na época, a tiragem do semanário era de 20 mil exemplares, rapidamente esgotada nas bancas, batendo o recorde do jornal. A publicação fechou o tempo para o jornal, que sofreu naquela semana dois atentados. A sucursal de Curitiba foi invadida e pichada. Na parede, os vândalos deixaram a marca em spray “Os 233”. O outro atentado aconteceu na sucursal de Belo Horizonte: colocaram ácido nas máquinas de escrever. Na capital mineira, a repercussão foi maior porque os militantes de esquerda saíram em protesto a favor do jornal. O próprio “Em Tempo” publicou esses dois casos, com fotos.Os autores da listaAs assinaturas dos 35 que assumem a autoria também foram publicadas no “Em Tempo”. Hamilton Pereira da Silva é um deles. O poeta – conhecido pelo pseudônimo Pedro Tierra e hoje Secretário de Cultura do Distrito Federal – fez questão de conversar com a Revista de História sobre o assunto, afirmando que a lista não foi fechada em conjunto. Os nomes e funções dos torturadores do documento teriam sido informados pelas vítimas da violência militar em momentos distintos de suas vidas durante o cárcere.“Essas informações saíam dos presídios por meio de advogados ou familiares. A esquerda brasileira, neste período, não era unida, era formada por vários grupos isolados, que não tinham muito contato entre si por causa da repressão”, conta Tierra. “Quando a lista foi publicada no ‘Em Tempo’, eu já estava em liberdade. Sei que colaborei com dois nomes: o major, hoje reformado, Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o capitão Sérgio dos Santos Lima – que torturava os presos enquanto ouvia música clássica”.Hamilton lembra ainda que, após a publicação da lista no periódico, a direita reagiu violentamente realizando ataques a bomba em bancas de jornal e até uma bomba na OAB, além de ameaças à sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).Em 1985, já em tempos de abertura política, a equipe do projeto Brasil: Nunca mais divulgou uma lista de 444 nomes ou codinomes de acusados por presos políticos de serem torturadores. Organizado pela Arquidiocese de São Paulo, o trabalho se baseou em uma pesquisa feita em mais de 600 processos dos arquivos do Superior Tribunal Militar de 1964 a 1979. Os documentos estão digitalizados e disponíveis no site do Grupo Tortura Nunca Mais.Entre os autores da lista de acusados de tortura feita em 1975, além de Hamilton Pereira da Silva, estão outros ex-presos políticos que também assumem cargos públicos, como José Genoino Neto, ex-presidente do PT e assessor do Ministério da Defesa, e Paulo Vanucchi, ex-ministro dos Direitos Humanos e criador da comissão da verdade. Os outros autores da lista são: Alberto Henrique Becker, Altino Souza Dantas Júnior, André Ota, Antonio André Camargo Guerra, Antonio Neto Barbosa, Antonio Pinheiro Salles, Artur Machado Scavone, Ariston Oliveira Lucena, Aton Fon Filho, Carlos Victor Alves Delamonica, Celso Antunes Horta, César Augusto Teles, Diógenes Sobrosa, Elio Cabral de Souza, Fabio Oascar Marenco dos Santos, Francisco Carlos de Andrade, Francisco Gomes da Silva, Gilberto Berloque, Gilney Amorim Viana,Gregório Mendonça, Jair Borin, Jesus Paredes Soto, José Carlos Giannini, Luiz Vergatti, Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, Manoel Porfírio de Souza, Nei Jansen Ferreira Jr., Osvaldo Rocha, Ozeas Duarte de Oliveira, Paulo Radke, Pedro Rocha Filho, Reinaldo Moreno Filho e Roberto Ribeiro Martins.
Bruno
30/12/2011Esses 233 monstros têm um lugar de honra na galeria dos covardes e canalhas da história deste país. Hoje deveriam estar sentandos no banco dos réus de um tribunal para serem julgados publicamente pelas suas barbáries, como acontece na Argentina. O pior é que ainda tem gente, como alguns comentaristas aqui, que tentam justificar o injustificável.Fazem esse papel patético de defensores dos métodos de tortura e repressão militar porque sabem que não têm 10% da coragem e fibra daqueles que aguentaram as sevícias e brutalidades dos monstros em questão.robs
- 30/12/2011
Ao José Silva: Com todo o respeito.Você acredita que quem luta contra uma ditadura,como a de 1964-1985, è democrático? Os dois lados não eram. À Ana:Quer dizer que se um grupo supostamente,matou menos,como os guerrilheiros, eles são mellhores que os seus algozes? robs
- 30/12/2011
Robs
- 30/12/2011
jose silva
- 30/12/2011
Rubens Costa
- 30/12/2011
leonardo tomaz de souza
- 30/12/2011
Ana
- 30/12/2011
Wander Braga
- 30/12/2011
Augusto Cotta
- 30/12/2011
J.Ballarin
- 30/12/2011
Anderson Belchior
- 30/12/2011
andreia malta
- 30/12/2011
humberto sisley
- 30/12/2011
João Gomide
- 30/12/2011
João Gomide
- 30/12/2011
jorge alberto da Cunha Rodrigues
- 30/12/2011
Marcelo Carvalho
- 30/12/2011
Cida G.
- 29/12/2011
Maria Carolina
- 29/12/2011
Não sei como tem gente que endueusa esses terroristas,assassinos da pior espécie,assim como os torturadores da repressão.Mas como quem está no poder é esquerda,é fácil meter o pau nos militares e nos envolvidos na repressão e esquecer do outro lado. No mais, esses professores de história e historiadores, na sua maioria, têm uma visão distorcida e/ou cínica da história,endeusando o comunismo,a guerrilha e coisas do tipo.Não passam de pseudos revolucionários, frustrados, travestidos de intelectuais.
Essa lista mostra só um lado da história.A violência existiu em ambos os lados.Não tem santo nessa história. Na minha opinião,a opção da esquerda pela luta armada fez com que a ditadura durasse muito mais,pois montou-se um aparato repressivo que levou dez anos(1974-1984) para ser desmontado.O próprio General Geisel,que iniciou a abertura política, esteve muito ameaçado de ser deposto entre 1975-1977.Além do mais,os grupos guerilheros não defendiam a democracia. Somente queriam trocar uma ditadura por outra.
Mas sera o benedito? Depoe um presidente eleito DEMOCRATICAMENTE, torturam e matam os que se opoe ao regime ditatorial, e agora sao eles os anti democraticos? O Jango nao havia sido eleito como vice presidente? Nao houve um plebiscito vencido pelo presidencialismo? E agora anti democraticos sao os comunistas ou os que se opuseram ao regime? E democraticos os golpistas e torturadores? Facam me o favor... Assumam-se facistas e deixem de fingir-se democraticos.
Muito bom. Agora só falta divulgar a lista dos terroristas assassinos, afinal, foram eles que pegaram nas armas em primeiro lugar. Cadê a lista?
é interessante vir aqui e ver como a história esta mais viva do que nunca! As desculpas e os comentários dados por torturadores e seus simpatizantes são parecidos com os quee foram julgado no tribunal de Nuremberg. O brasil vive ainda vive com estes nazistas que ficam fazendo patrulhamento do que é dito e escrito sobre eles . Estupraram e mataram Nazistas,racistas e bandidos são os torturadores. S eestavam tão certos do que estavam fazendo,por que não mostram a cara. Espero que todos sejam julgados por sesu crimes.
A questão é que o que um guerrilheiro fez geralmente atingiu menos gente e mais pessoas envolvidas com as barbaridades do regime do que o que um torturador fez. Muitas pessoas inocentes foram prejudicadas pelos militares, muito mais do que pelos guerrilheiros.
Cumprimentos pela inestimável contribuição prestada à historiografia, bem como ao estímulo da prática da justiça ainda que no continente estejamos atrás de nossos vizinhos. Votos de continuado êxito a toda a equipe dessa prestigiada Revista de História.
Essa matéria é um desserviço à consolidação da democracia em nosso país e uma afronta ao sistema judiciário. Uma lista disseminada por uma pessoa que abominava o sistema democrático e só desejava a liberdade de quem comungava com seus ideais não acrescenta nada ao processo da Comissão da Verdade; só o tumultua. Por que a RHBN não publica também uma lista dos terroristas e sequestradores de esquerda que atuaram no per+iodo militar? Por que não acrescenta à reportagem os dados reais sobre a Intentona Comunista de 1935, da qual o Sr. Prestes participou com destaque? A execração pública sem provas remete aaos expurgos da extinta União Soviética. É pena...Não se faz história omitindo-a.
Devem ser apurados para que fiquem registrados na história os assassinatos de Celso Daniel e Toninho do PT. Este último prometido por Lula apuração pela Polícia Federal o que não ocorreu até hoje.
Comissão da Verdade? Que verdade? crimes iguais, ideais "diferentes". De um lado os "torturados" e suas indenizações, do outro os "torturadores" e suas aposentadorias.
Louvo a publicação dos nomes dos torturadores para que não esqueçamos jamais o mal que a ditadura militar nos causou, povo brasileiro,tanto no passado, como no presente, pois, até hoje , apesar de continuarmos lutando por um Brasil justo e soberano, sofremos as consequências da ação criminosa do Estado brasileiro nos 21 anos de terror e lavagem cerebral que nosso povo sofreu e continua sofrendo,porque a mídia brasileira continua sendo um braço poderoso e aliado dos que detêm o poder econômico no nosso país e dos países que continuam patrocinando nossa dependência, principalmente, os Estados Unidos.
...Luiz Carlos Prestes, para não ser preso, combinou descaradamente com o DOPS pagar um preço por sua fuga. Deixaria em sua casa as cadernetas em que anotara os nomes, endereços e outras informações sobre seus companheiros do Partido Comunista. Houve até um detalhe curioso. Combinada a hora de fugir, a busca seria feita imediatamente após. Mas sua mulher esqueceu o casaco na residência, e Prestes telefonou ao delegado do DOPS, informando falha de memória da esposa e pedindo mais tempo, porque voltaria a sua casa para pegar o casaco. Assim se fez. Quando a polícia chegou, Prestes já havia sumido. O casaco também. Ficaram as cadernetas. O caso tornou-se famoso, porque muita gente foi presa. Dezenas de membros do partidão tiveram que fugir. Centenas de famílias ficaram desorganizadas, foram massacradas pela brutalidade policial. Trabalhadores, presos ou foragidos, não tinham como sustentá-las, porque deixaram seus empregos. Uma vez, contei isso a uma revista e fui processado, por haver denegrido a memória de Prestes. O Tribunal de Justiça de São Paulo trancou a ação penal. Assim, o fato, que era conhecido do DOPS e vazou na época, não tinha prova concreta. Com o processo, passou a ter o respaldo judicial. Muito mais tarde, com a queda da União Soviética, esse acontecimento estava bem documentado nos arquivos da KGB, na Rússia. O DOPS não mentira... Tirado de: “Código da vida” de Saulo Ramos. Ed. Planeta, 2ª edição, 17ª reimpressão, página 185.
Bom dia. Li a reportagem da entrevista com Hamilton Pereira. Vi total parcialidade. Só disse o que supostamente sofreu. Não observei nenhum esclarecimento das ações que ele fez ou promoveu. Lendo, da maneira que está, ele era uma vítima puramente inocente. Hoje, sabe-se, até por depoimento de ex-integrantes dos movimentos revolucionários (FOGUEIRA, VAR-PALMARES, etc) que o objetivo dos movimentos passava longe dos ideai democráticos e muito perto de uma ditadura de esquerda copiada de CUBA. Podemos ver isso em palavras de Gabeira, por exemplo.
Bom dia. Sou formado em História há alguns anos e dedico-me a pesquisas. Sinceramente, não acredito na lista. Em depoimentos, entrevistas ou relação, simplesmente fala-se ou escreve-se o que quiser. Esta lista deveria ser trabalhada e confirmada, antes de ser divulgada em site importante como este para os historiadores e alunos. Assim, fica parecendo ideológico e versão unilateral. Lembremos de que as ideologias destroem; enquanto idéias constroem. Assunto importante, que deve ser objeto de pesquisa, é o tema Justiçamento. Ações de julgamento e condenação à morte pelos que lutaram contra o Governo no período da década de 70. Alguns ex-guerrilheiros já reconheceram isso e, até, escreveram obras citando a existência de tal prática. Entretanto, tanto a imprensa como historiadores se afastam de tal tema. Por que? Estou trabalhando no assunto e divulgarei quando terminar o trabalho. É claro que espero ter espaço neste site para divulgar a pesquisa; pois acredito na imparcialidade deste site.
Durante o regime militar erros gravíssimos foram cometidos pelos que tomaram conta do governo e pelos oposicionistas mais radicais. Os donos do Poder torturavam e violavam os direitos mais fundamentais dos cidadãos. Os terroristas oposicionistas sequestravam, praticavam assaltos a mão armada e, algumas vezes, matavam inocentes. Torturador oficial e terrorista são iguais pois cometem os mesmos crimes repulsivos (a diferença ideológica entre eles não deve ser considerada na condenação de seus atos contra a humanidade). Muitos historiadores têm uma visão parcial e míope e só execram os militares. Os terrorista que cometeram crimes hediondos são endeusados por tais "historiadores", ocupam cargos de destaque na administração pública e recebem generosas indenizações.
O comunista Luiz Carlos Prestes foi um homem que odiava a liberdade e a democracia. Sempre admirou governos autoritários e assassinos. Confeccionou uma lista sem prova alguma. Duvido muito que minha opinião seja publicada.
Parabéns! O Brasil merece saber mais sobre este período da nossa história. Parabéns equipe RHBN!
Parabéns a RHBN por essa contribuição com o Direito à Memória e à Verdade. A publicação desta lista é importantíssima principalmente num momento em que a Comissão da Verdade está se instalando no país.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que a situação da educação no Estado é vexatória e que ele se envergonha dos indicadores que colocam o Rio na 26ª posição no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
"Na educação eu errei no primeiro mandato: mantive a politização na ponta, nas coordenadorias", disse.
Apesar das críticas, ele elogiou o trabalho do secretário Wilson Risolia e prometeu melhorias.
"Risolia está fazendo um trabalho emocionante. É vexatória a situação. Vigésimo sexto no Ideb me envergonhou profundamente. Meu compromisso é estar entre os cinco do Ideb em 2014", completou.
O governador ainda fez uma avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff, que classificou com "nota 10", e defendeu as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso.
"Qualquer discurso caricato antiprivatização eu rejeito preliminarmente", completou.
Augusto Cotta
30/12/2011